terça-feira, 17 de novembro de 2009

SUCO DE UVA BRASILEIRO



Recebi o artigo abaixo da Assessoria de Imprensa da Vinícola Dom Cândido:

“O suco de uva elaborado no Brasil tem caráter e personalidade únicas”.
A afirmação é do jornalista Kelvin King, da revista inglesa Soft Drinks International (www.softdrinksjournal.com), que circula em mais de 110 países, depois de visitar, de quinta (5) a sábado (7), oito empresas produtoras na Serra Gaúcha.
“Há um sabor e um aroma diferenciado de outros sucos produzidos no mundo”, garantiu o jornalista, que escreve para uma das principais publicações especializadas em bebidas alcoólicas do mundo.
King percebeu uma grande preocupação com a qualidade do suco produzido, “a mesma que há na elaboração dos vinhos e espumantes, inclusive em pequenas empresas”.
“Em outros países, o suco é tratado como commodity, com cheiro e sabor iguais, sem graça”, observa.
“Arriscaria dizer que o suco de uva feito no Brasil é um vinho sem álcool”.
O jornalista, que também escreve sobre vinhos para a revista Drinks Biz, na Nova Zelândia, indicou o caminho às empresas gaúchas: continuar no mesmo caminho, privilegiando a qualidade e não a quantidade.
A vinda do profissional foi promovida pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio do governo do Estado do Rio Grande do Sul.
O jornalista neozelandês visitou a Muraro, Perini, Golden Sucos, Aurora, Dom Cândido, Battistello, Salton e Casa de Madeira/Valduga. A vinda do jornalista à Serra Gaúcha integra a parceria entre o Ibravin e o Ibraf para promoção do suco de uva no Brasil e no mundo, dentro do Programa de Desenvolvimento Setorial do Suco de Uva.

Confira, a seguir, uma breve entrevista com o jornalista:
Pergunta: Já conhecia o suco de uva brasileiro?
Kelvin King: Não. Só conhecia o suco de laranja, que é vendido pelo Brasil no mundo inteiro como commodity, assim como o suco de uva de outros países é encontrado no mercado mundial.
Pergunta: E o que achou?
Kelvin King:Fiquei bastante impressionado. Positivamente. Não conhecia este suco 100% natural, feito com extrema qualidade por empresas grandes e pequenas. O que a gente vê pelo mundo é o suco concentrado, a commodity vendida por diversos países.
Pergunta: E este suco tem mercado no mundo?
Kelvin King:Certamente. Mas ele deve ser levado ao exterior junto com o vinho brasileiro. Porque um reforçará o outro. E os brasileiros devem continuar cuidando da qualidade. O que se vê hoje pelo mundo são os países pensando somente em quantidade.
Pergunta: O Sr. poderia citar algum exemplo?
Kelvin King:Os Estados Unidos, que são grandes produtores de suco, não tem o compromisso que vi aqui no Brasil com a qualidade. Eles querem é vender grandes quantidades, com uma indústria sem identidade, afastada das empresas vinícolas.
Pergunta: Qual o diferencial do suco brasileiro?
Kelvin King:O seu sabor e aroma inconfundíveis, próprios da fruta. O suco aqui tem personalidade única. O produto vindo de outros países é sem graça, com sabor e aroma únicos. Aqui, não, é natural, sem adição de água nem açúcar. Mas o mais interessante é o tratamento que o suco recebe das empresas vinícolas. Elas têm orgulho de estampar suas marcas no suco. Por isso, o Brasil pode receber um apelo comercial em todo mundo com o seu suco de uva.
Pergunta: Tem um conselho a dar aos viticultores?
Kelvin King:Que continuem seu belo trabalho. E que comentem e destaquem no exterior a questão ambiental, como são produzidos os sucos aqui. Na Europa, principalmente, há uma grande preocupação com isso. Antes de ser questionado, é importante que os brasileiros sejam pró-ativos, que divulguem que seus produtos são elaboradores conforme as melhores práticas de fabricação, ambientalmente corretas etc.
Pergunta: E o vinho brasileiro, o que o sr. achou?
Kelvin King:Nunca tinha provado. Fiquei surpreso com a complexidade, diversidade e qualidade. Tomei, por exemplo, pela primeira vez na vida, um vinho da uva Marselan [da vinícola Perini], que nunca tinha experimentado antes. O vinho brasileiro deve procurar a sua identidade, que certamente o difere da Argentina e do Chile. Vejo um grande potencial para o vinho brasileiro no mercado mundial. Mas é preciso paciência e investimento contínuo.

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